Em A Importância do Ato de Ler, Paulo Freire descreve sua experiência pessoal com a leitura, nos revelando, a partir do intimismo de sua história de vida, uma festa de referências e subjetividades.
A metáfora do menino em um mundo ainda desconhecido, e sua limitada visão da realidade - e a releitura (ou retomada) desse passado através das memórias do homem adulto - cabe perfeitamente em sua visão perspicaz e politizada do ato de ler.
O livro relata também os aspectos da biblioteca popular e a relação com a alfabetização de adultos desenvolvida na República Democrática de São Tomé e Príncipe.
Assim como enxerga a alfabetização e a educação como meios de emancipação, Freire defende a leitura como inerentemente crítica, já que “a leitura do mundo antecede a leitura da palavra” - ou seja, ler é ato político, pois implica em releitura, em transformação do mundo e de si mesmo - é reescrever a história a partir de sua interpretação consciente.
Sempre destacando a natureza política do processo educativo, é na crítica da neutralidade que Freire afirma a impossibilidade da existência de texto sem contexto, propondo explorar o repertório da linguagem popular e outras experiências estéticas para adentrar textos mais complexos: é possível educar sem elitizar, sem ser autoritário, e ainda, promovendo o leitor ou aprendiz à sujeito de sua própria pesquisa.
Freire discorre sobre o papel das bibliotecas populares e sua importância na democratização da informação, bem como de seus profissionais atuantes. Sua proposta de “leitura da realidade” permeia os diversos campos do saber, consistindo em prática de reinvenção social: promove inserção do sujeito no processo criador e dinamizador da história.
Como ele mesmo diz, “O Brasil foi inventado de cima para baixo, autoritariamente. Precisamos reinventá-lo em outros termos”.
Podemos começar ficando por dentro dessa obra, sempre atual.
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