Violência contra a mulher: casos aumentam nos últimos anos e conscientização se torna urgente

Por Ana Sara Souza
17.09.2020

 

Novos estudos mostram que a violência contra a mulher aumentou nos últimos anos. Quando o cenário é a pandemia, os números são ainda mais alarmantes.

 

Todos os anos são feitas diversas campanhas e ações para conscientizar a população quando o assunto é violência contra a mulher. Vire e mexe, o 180 aparece na TV para que as pessoas saibam o número da Central de Atendimento à Mulher. Apesar de todas as ações serem válidas, essa realidade parece não ter fim. Segundo pesquisas, os números de casos aumentaram em 2017 e a situação fica ainda pior quando o contexto é a pandemia.

Os dados coletados pelo IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) no Atlas da Violência 2019, mostra que houve um aumento de 30,7% na taxa de homicídios de mulheres no Brasil nos anos de 2007 a 2017. Outro dado alarmante é que a porcentagem de homicídios de mulheres não negras aumentou para 4,5%, enquanto a taxa de mulheres negras cresceu expressivamente para 29,9%.

Na periferia, a situação é ainda mais delicada como mostra o estudo realizado pela ÉNois Inteligência Jovem em parceria com os Institutos Vladmir Herzog e Patrícia Galvão. As entrevistas com mais de 2.300 mulheres, com idades de 14 a 24 anos, das classes C, D e E, diz que 94% já sofreu algum tipo de assédio sexual verbal por um homem, 84% agressão verbal e 41% agressão física. Familiares como pai, padrasto, irmão, além de parceiros, amigos, professores e chefes foram citados como agressores. 

Assista abaixo o vídeo do estudo da ÉNois: #meninapodetudo - Machismo e violência contra a mulher na juventude.

 

 

Com o advento da pandemia causada pelo Corona vírus, as denúncias de violência cresceram ainda mais. Segundo o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, o aumento foi de quase 40% no canal 180. 

Para combatermos esse problema de saúde pública, que também é um crime contra os direitos humanos, em 2006 entrou em vigor a Lei Maria da Penha no Brasil, para proteger as mulheres contra qualquer tipo de violência. No entanto, só a lei não basta. É preciso que a população se conscientize sobre o assunto também.

Além das iniciativas governamentais, diversas empresas e instituições realizam ações de combate a violência contra a mulher. Este ano, uma campanha que recebeu bastante destaque foi feita pela Magazine Luiza e foi intitulada como “Em briga de marido e mulher, eu meto a colher sim”. Com um botão de ajuda instalado no app da loja, as mulheres poderiam acioná-lo e rapidamente o aplicativo redirecionava ao atendimento à mulher. 

No entanto, muito mais que essas ações e campanhas, é preciso que os jovens tenham ciência dessas questões e saibam desde cedo seus direitos para que se tornem indivíduos conscientes para que ajudem a construir uma sociedade justa e sem violência. Por isso, a conscientização é urgente para todos! Se você está passando ou conhece alguém que esteja sofrendo violência, ligue no 180, busque ajuda!

 

Imagem Destaque: Editoria de Arte/G1 


Ana Sara Souza

Por Ana Sara Souza

Jornalista pela Universidade São Judas Tadeu e mestranda em Educação: História, Política, Sociedade pela PUC-SP.

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