O centenário do educador e filósofo Paulo Freire

Por Gislaine Vollet
19.09.2021

Em 2021 Paulo Freire completaria 100 anos de existência, no dia 19 de setembro. 

Patrono da Educação Brasileira, é um dos pensadores mais influentes do Século XX e XXI, defensor da educação para a liberdade e para a justiça social, uma das principais referências da Pedagogia Crítica.

É o educador mais conhecido de língua portuguesa e tornou-se mundialmente reconhecido, tendo-lhe sido concedido - por mais de trinta universidades do mundo - um Doutoramento Honoris Causa. Patrono da educação brasileira, foi um dos maiores pedagogos do mundo.

Paulo Freire nasceu em 19 de setembro de 1921, na cidade de Recife. O caçula de quatro irmãos, foi o único que pôde se dedicar aos estudos. O pensador começou a estudar Direito, na faculdade de Direito do Recife com 22 anos. Formou-se em Direito, mas não seguiu carreira e encaminhou sua vida profissional para o magistério.

O método de alfabetização de Paulo Freire, conhecido como método inovador no ensino da alfabetização, foi adotado pela primeira vez no Rio Grande do Norte, em 1962. Na ocasião, alfabetizou 300 trabalhadores agrícolas no âmbito do projeto a que chamou “Quarenta horas de Angicos”.

Já em 1964, o educador foi surpreendido pelo golpe militar, em Brasília, onde coordenava o Plano Nacional de Alfabetização do presidente João Goulart. Antes de se exilar, Paulo Freire passou 70 dias na prisão.

Com a anistia, voltou ao Brasil, integrando-se à vida universitária. Paulo Freire se tornou Secretário da Educação no município de São Paulo. Mas antes, lecionou na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).

Para o educador, as cartilhas não beneficiavam a aprendizagem, porque distanciavam-se da realidade dos alunos. Assim, no caso dos adultos, a alfabetização deveria fazer referência ao seu cotidiano em termos laborais e não só.

O método de Paulo Freire surgiu da sua preocupação com os excluídos, principalmente os analfabetos das zonas rurais. Envolvia política, no sentido de promover a crítica e atuação das pessoas na sociedade.

Entre tantas obras, vale ressaltar algumas delas:

• Educação como prática da liberdade. Rio de Janeiro: Editora Paz e Terra, 1967.

• Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Editora Paz e Terra, 1970.

• Pedagogia da esperança. São Paulo: Editora Paz e Terra, 1992.

• Pedagogia da autonomia. São Paulo: Editora Paz e Terra, 1997.

• Pedagogia da indignação. São Paulo: UNESP, 2000.

 

As obras deixadas por Freire dialogam permanentemente com a problemática da educação, sobretudo com as questões da prática docente diante das fragilidades deste tempo. Os elementos centrais de suas obras enfatizam uma prática educativa emancipatória, crítica e reflexiva. Suas obras foram traduzidas em mais de 20 idiomas.

 

Paulo Freire também recebeu vários prêmios, dentre os quais:

• Prêmio Rei Balduíno para o Desenvolvimento (Bélgica, 1980)

• Prêmio UNESCO da Educação para a Paz (1986)

• Prêmio Andres Bello da Organização dos Estados Americanos, como Educador do Continentes (1992).

 

Para ele, a educação passa pela leitura do mundo, tendo como objetivo conscientizar os alunos para que eles possam transformá-lo.

No dia 2 de maio de 1997, Paulo Freire faleceu na cidade de São Paulo, em decorrência de um infarto.

 

"Ninguém ignora tudo. Ninguém sabe tudo. Todos nós sabemos alguma coisa. Todos nós ignoramos alguma coisa. Por isso aprendemos sempre."

Paulo Freire

 


Gislaine Vollet

Por Gislaine Vollet

Formada em Magistério. Graduada em Serviço Social e Pedagogia. Pós-graduada em Psicopedagogia, Ensino Lúdico e Gestão de Projetos Sociais. Tem ampla experiência nas áreas de formação.

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