No último sábado (08/06), os educadores Caio César e Paulo Reis representaram o Instituto Usina dos Atos no encontro "A Educação Popular como formação política", realizado no auditório da Ação Educativa, em São Paulo. O evento foi promovido pelo CEAAL Brasil (Conselho de Educação Popular da América Latina e Caribe), em parceria com o Centro de Formação - Educação Popular, Cultura e Direitos Humanos.
O encontro teve como norte discutir a concepção de Educação Popular, seus princípios e pressupostos, aprofundando o tema da formação política em diálogo com diferentes experiências formativas realizadas pelos participantes, considerando os mais variados espaços de atuação. Também teve por objetivo a construção de possíveis ações conjuntas, articuladas à Campanha Latino-americana e Caribenha em defesa do legado de Paulo Freire, visando o fortalecimento e resistência dos trabalhos de base das Organizações e Coletividades.
A programação, que teve duração de um dia, contou com cinco momentos:
PROBLEMATIZAÇÃO: Análise e diálogo sobre formação Política com base na Educação Popular frente ao atual contexto político e social;
COCHICHO/DIÁLOGO: com agrupamentos por afinidade de campo de atuação (Os participantes foram divididos em 6 grupos temáticos: Cursinhos Populares, Extensão Universitária, Ações de Base - Território, Educação de Jovens e Adultos - EJA, Movimentos Culturais e Questões de Gênero);
APRESENTAÇÃO 1: Os desafios da Educação Popular, tento por base as discussões e ideias centrais dos 6 grupos temáticos, divididos na etapa anterior;
APRESENTAÇÃO 2: Estratégias de formação política do CEAAL e construção de propostas de atuação;
RODA DE CONVERSA: Por fim, diálogo sobre as experiências de formação política (na perspectiva de caminhos para fortalecimento das iniciativas) e sobre as estratégias de resistência com base na Educação Popular.
Paulo Reis, Educador de Cidadania e Política do Projeto 1ª CENA destacou que foi um encontro de várias instituições que tem a educação popular como grande atividade de impacto. Seja como meio ou como fim, "Foi muito importante estar nesse evento pois, além do contato com outros coletivos, ONGs e movimentos sociais, foi possível contextualizar nossa atuação e refletir como construir pontes e convidar outras pessoas para se somarem a essas pautas", ressalta.
Para Caio César, Coordenador do Projeto 1ª CENA, foi um encontro de resistência, "tivemos um dia importante para refletir o momento político que estamos vivendo, o impacto da falta de visão do governo em relação a ações estruturantes, mais do que isso pudemos debater estratégias com os nossos pares para fortalecimento dos projetos que realizamos, em prol de uma sociedade mais justa e solidária".
"Foi um encontro bem sensível, onde foi discutido como é possível ativar a territorialidade, como repensar a opocupação de lugares e equipamentos públicos e como é feita construção das narrativas em torno do enfrentamento à desigualdades, além de relatos muito fortes quanto a violação de direitos e da necessidade de nos apoiarmos uns aos outros. Dessa forma, foi um momento de fortalecimento, troca, compreensão, compartilhamento e conhecimento. Como formar e articular redes e como construir uma linguagem que chegue às pessoas e faça sentido a elas? Apesar de bem diverso, podemos ver que haviam poucos coletivos que tinham a arte como preocupação. Isso é um oportunidade legal, pois é um meio de visibilizarmos nosso trabalho enquanto coletivo e trocar com outras linguagens." complementa Paulo.
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